A Carta.

Querido Amor,
Saiba que eu sempre estive aqui. Saiba que mesmo com você ali sempre ao seu lado, foi à mim que ele olhou, foi a mim que ele quis. Não sinta culpa, você é o mais bonito de todos os sentimentos que já conheci. Mas, é triste. Não entendo! Lindo, mas ainda assim, na maioria das vezes solitário. E pra ser mais sincera, injusto com muitos, quando és sublime no encaixe ao próprio, fazendo nascer o amor próprio. Este que quando ama outro, se esconde por detrás de roupas escuras e ao mesmo tempo, coloridas. Roupas estas de marca; marcas de felicidade, esperança, alegria, fé, diversão e tristeza, esta a mais cara de todas as marcas.

Não pense que não é notório o seu surgimento na morada de qualquer um de nós, pois é notável a mudança que causas. Mas é mais notória ainda a mudança que fazes, quando te despedes. E quando vais, quem fica sou eu. Como no início. Me acusas, me recriminas, me deixas de lado, me repreendes, me sacrifica, mas sempre volto. Sou eu quem sustenta duas pessoas por um pouco mais de tempo, desde o momento em que vais embora. Sou eu que me sustento, unicamente.

Achas que sou solitária como és? Não, não sou. A todo momento, alguém pensa em mim, alguém me procura e sou eu que mesmo te sustentando, as vezes te faço ir embora, quando uma terceira pessoa surge. Não tenhas medo e mim, ora! Não seja injusto! Sabes também, que eu não consigo ficar em um lugar só, por muito tempo. Com as mesmas pessoas, pois preciso de ar, de novos ares, de pulmões novos, de bocas e corpos novos.

Mais uma vez, me ganhaste. És tu que ocupa o primeiro lugar no pódio, és tu que exibe o charmoso troféu. Enquanto à mim? O que achas que devo fazer, esperar o teu tempo e mais uma vez surgir? Não sei, meu querido. Não sei o que farei a partir de agora. Sabes que odeio perder, e sempre perco para ti! Bom, estou rompendo relações, pelo menos por um tempo. Vou fazer uma viagem, já há outros que me chamam neste exato momento. Fique bem, trate-os bem. Mas sei, e sabes também, vais me procurar e me agradecer.

Beijos carinhosos de uma amiga e amante,

Ass: a VONTADE

By: érika canavarro.